As asas fantásticas da juventude Aos amigos dos primeiros tempos Meus amigos já foram todos imortais E eu mais que eles. A pura virgindade Morava em nossos olhos sempre surpresos. Já fomos pequenos pedaços do eterno Num tempo de certezas e de espanto Diante da música frenética do mundo. Tremíamos de ódio ao vermos a força De velhos tão cheios de dúvidas E, no fim, mais fracos que nós. A arma poderosa do milagre morava Em cada mente que enfrentava O mundo inteiro com a liberdade Que hoje nem as drogas podem comprar. Não nos preocupávamos com o fim Ou mesmo com a vida ou com o tempo Vivíamos como pássaros sem rumo, Asas fantásticas ao sabor do vento. Nada do que existiu ou existe Podia abalar minimamente A firme convicção de que nós Jamais morreríamos. Hoje, meio gastos, semivivemos Alguns já abraçaram o indecifrável Sepultos sob a terra ou sob o capital Outros seguem firmes, mas mascarados Num carnaval às avessas a que chamam
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