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Mostrando postagens de dezembro, 2013

LIVRO REINO SUB-IMUNDO - PUBLICAÇÃO 11- Novela Semanal Digitalista - Digitalismo

Se perdeu as publicações anteriores, clique no link para acessá-las: http://professorfernandoletras.blogspot.com.br/p/livro-mundo-sub-imundo-publicado.html Greval não se resignava ao neocódigo. Aquilo não lhe fazia o bem que se esperava que fizesse a um etnodominador. Ora, atlântidos-atormentados, nosso herói está cordiferido com tais leis, está mortificado com a aristojustiçaria, e oferece ao manicrata João Pedro II – para nossa grande honra – uma contraproposta nos exatos termos opostos aos que foram apresentados. Pretendia o greválico homem dar aos seres de subvida as mesmas condições de macroexistência recebidas pela elite. Sim, a macroexistência, a equissaúde, a ambrósica-alimentação, o hercúleo-esporte, o bacante-lazer, a alexândrica-profissionalização, o total extermínio da gluteolatria, a dignidade racional, a platônica-educação, o etnorrespeito, a sartreana-liberdade, a convivência-familiar-confuncionista e o convívio-social-volteriano! É bem verdade que muitos dos

Conto: O Peru de Natal, de Mário de Andrade

O Peru de Natal Mário de Andrade O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de conseqüências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolor

LIVRO REINO SUB-IMUNDO - PUBLICAÇÃO 10 - Novela Semanal Digitalista - Digitalismo

Se perdeu as publicações anteriores, clique no link para acessá-las: http://professorfernandoletras.blogspot.com.br/p/livro-mundo-sub-imundo-publicado.html A reação dos Bocas Sujas foi imediata. Cuspiram no demo, abraçando definitivamente os dois novos deuses que dominavam o Reino Sub-Imundo: a deusa Mídia e o deus Sucesso. Ah! Tristeza de um atlântido! Fizeram chous por todo o reino e foram amados por todo ser humano. Invadiram a imprensa escrita no papel, a televisiva e a extrenetal. Eram rostos conhecedíssimos em todo lugar, com uma pseudointimidade absurda com as gentes. Enfim, estavam no auge do mundo e no fundo dele, ao mesmo tempo. Isso porque o Sucesso e a Mídia, hoje, são hoje o fim da arte, Úmero. Ame seu anonimato como possibilidade única de continuidade de seu projeto artístico mais ou menos sério. No entanto e salvadoramente, é preciso dizer que, em um momento de tentação de Baco, Inho contratou mui sorrateira e plurissacanamente um avião para matá-los em um p

LIVRO REINO SUB-IMUNDO - PUBLICAÇÃO 9- Novela Semanal Digitalista - Digitalismo

Se perdeu as publicações anteriores, clique no link para acessá-las: http://professorfernandoletras.blogspot.com.br/p/livro-mundo-sub-imundo-publicado.html CAPÍTULO III – “DO AMOR E OUTROS DEMÔNIOS DA LUZ”; DA INVEJA E OUTROS ANJOS DA ESCURIDÃO Parte I – Encontro entre tese e antítese, entre a bonita e o feio; um neofuturo vislumbrando-se Depois da longa esbórnia outrora referida, como a que Ulisses um dia fizera, tomando por fim dois gins com um dos últimos garçons subviventes de toda a cidade de Distúrbico – era hábito no Reino Sub-Imundo os garçons falecerem após os espancamentos físicos e morais de seus patrões –, Greval seguiu sério em sua mobilete rosnante  para o encontro de Lúcsia, a Tétis do Reino Sub-Imundo, sua esposa e nossa ninfa. Sobre ela, é preciso que os veroatlântidos saibam: não ocupa um aristocargo da burrocracia cabelouca, não tem a exposição midiática de uma modelo chapinhada, não está deitada sobre a emplumada-cama-do- estatos , mas sabe mui