Modernismo no Brasil – 3ª geração - Geração de 1945
Análise de A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa
Geração de 1945
Contexto histórico
-
Explosões atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasáki
- Fim
da Segunda Guerra Mundial
-
Guerra Fria
-
Queda de Getúlio Vargas - que voltaria ao poder, pelo voto popular, em 1950,
onde permaneceu até suicidar-se, em 1954
-
1945: ano da morte de Mário de Andrade
Características gerais
- Um grupo busca o retorno à
formalidade e os integrantes são chamados de “neoparnasianos”.
- Pesquisa em torno da própria
linguagem literária (Guimarães Rosa, Clarice Lispector)
- Sondagem psicológica (Clarice
Lispector e Lygia Fagundes Telles)
- Destaque para o espaço urbano
(Dalton Trevisan, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector)
Clarice Lispector
- Busca psicológica profunda,
tentando entender o ser humano
- Abandono quase completo do
roteiro, para vasculhar a mente das personagens
- Epifania (revelação, de um
momento para o outro, o personagem muda sua visão de mundo a partir de um
acontecimento qualquer, como um encontrão, um beijo, um olhar, um susto)
- Introduziu o fluxo de
consciência no Brasil (mostra o mundo interior das personagens, mas de forma
desorganizada, como os pensamentos vêm, muitas vezes sem lógica, sem pontuação,
com uma compreensão difícil)
- Apesar de sua obra como um todo
não destacar muito o roteiro, os vestibulares enfocam mais o livro: “A hora da
estrela”, seu único livro de temática claramente social.
A Hora da Estrela
Nordestina (Macabéa) que vai
morar em São Paulo
sonha com vida melhor, que não vem. É enganada pelo namorado e pela melhor
amiga. No final, uma cartomante diz a ela que sua sorte irá mudar, que ela se
dará muito bem. Macabéa, quando saiu da cartomante, estava "grávida de
futuro". "Sentia em si uma esperança tão violenta como jamais sentia
tamanho desespero". Até para atravessar a rua ela se sentia diferente, e
justamente ao atravessar a rua, Macabéa é atropelada por um luxuoso Mercedes
Benz. Nesse momento, muitas pessoas se aglomeraram em torno de Macabéa. Esta é
"a hora da estrela", finalmente ela é reconhecida. Com ela morre
também o narrador, identificado com a escrita do romance que se acaba.
Fuvest/2006
Principais obras: Perto do
coração selvagem, A maçã no escuro (1961), A paixão segundo G.H. (1964), Uma
aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969) e A hora da estrela (1977).
Guimarães Rosa
- São os próprios sertanejos,
muitas vezes, que narram as histórias
- A linguagem é regional, mas
também há uso de expressões antigas e criação de novas palavras (neologismos)
- Falando do regional (de Minas
Gerais), alcança o universal (o que serve para todos os humanos): “O sertão é o
mundo”
- Grande presença das
preocupações do sertanejo: bem e mal, Deus e o diabo, o amor, a violência, a
morte, a traição, o mundo das crianças. “O Diabo na rua, no meio do redemoinho”
- Texto cheio de adjetivos,
narrativas longas
- O
universalismo
- Linguagem do
sertanejo: estrupiz (estrupício); esquipado; agalopa; antão (então)
- Termos arcaicos e regionais
- Neologismos (invenção de palavras através das
possibilidades da língua): desamistoso; gadaria; sonhice; tererém-tem-tém
(onomatopéia, inclusive); malsorteante; transformoseava
Principais obras: Manuelzão e
Miguilim; Sagarana; Primeiras Estórias; Grande Sertão: Veredas.
Grande Sertão: Veredas
Considerada a obra-prima da
literatura brasileira do século XX. Riobaldo, um ex-jagunço, já aposentado,
narra as histórias de sua vida, matando, guerreando, amando e sendo amado. Há
duas tramas centrais: uma que corre a respeito da religiosidade. Riobaldo não
sabe se fez ou não um pacto com o diabo e isso o atormenta sempre; outra que
corre a respeito de um possível amor entre ele e seu melhor amigo, Diadorim.
Essa segunda trama é resolvida quando o amigo morre e descobrem, ao tirarem sua
roupa, que Diadorim era Diadorina.
A hora e a vez de Augusto
Matraca
História que está contida no
livro Sagarana, é muito reincidente em vestibulares. Nhô Augusto (Augusto Matraga) era poderoso, mas perde seu poder,
seus capangas, deve muito e não respeita sua mulher. Esta foge com outro homem.
Augusto resolve persegui-los, só que antes quer se vingar de seu maior inimigo,
o Major Consilva. O Major e seus capangas espancam Augusto e o jogam em um
despenhadeiro. Ele se salva por um milagre e é tratado por um casal de negros.
Resolve mudar de vida. Agora era sério, digno. Só que o fogo das brigas
continuava dentro dele.
Certo dia, chega ao reduto de
Matraga o bando do temido Joãozinho Bem-Bem. O povo não se mexia de tão
apavorado, mas Nhô Augusto acolhe-os e os trata com hospitalidade. Os dois se
dão bem. Recuperado fisicamente, Augusto Matraga resolve sair de seu reduto,
caminhar a fim de encontrar sua hora. Caminha sem destino, quando chega a
lugarejo em que , por coincidência estavam Joãozinho Bem-Bem e seu bando
prontos para executar uma família, para se vingarem da morte de um capanga. O
velho chefe da família, pede, implorando para que só ele morra. Mas Bem-Bem se
recusa a aceitar o pedido do velho, alegando ser regra... Augusto interfere,
opondo-se à vingança. Há um duelo em que Joãozinho Bem-Bem
e Augusto Matraga saem mortos. Morrem como irmãos. Aqui Augusto Matraca une seu
ser espiritual, com seu ser guerreiro, e se salva.
30. Associe o conto "A Hora e a
Vez de Augusto Matraga" com as seguintes referências do livro
"Sagarana" de Guimarães Rosa:
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FDSM/2005
a
O burrinho pedrês
A trama desse conto,
como nas demais narrativas de Guimarães Rosa, é relativamente simples. O velho
burrinho Sete-de-Ouros, por falta de outras montarias, é engajado para levar
uma boiada vendida pelo dono da fazenda, o major Saulo. Durante a viagem,
ficamos sabendo que o vaqueiro Silvino quer matar o vaqueiro Badu, por causa de
uma moça. Francolim, que é uma espécie de ajudante-de-ordens do major, denuncia
a briga ao patrão, mas nada é feito para evitá-la.
Silvino
chega a provocar um acidente, com o intuito de fazer os bois atropelarem Badu.
Quando vê que não consegue matá-lo desta forma, planeja fazê-lo pessoalmente,
na viagem de volta, depois de atravessarem o ribeirão cheio pelas chuvas. Nesse
retorno, Badu está bêbado. Por isso, os demais vaqueiros deixam-no com o
burrinho Sete-de-Ouros. Ao atravessarem o ribeirão, morrem na enchente oito vaqueiros,
inclusive Silvino. Badu é salvo heroicamente pelo Sete-de-Ouros, que consegue
chegar à outra margem e ao descanso merecido. Traz, vitorioso, o bêbado
apaixonado na sela e Francolim agarrado no rabo...
Conversa de bois
Os personagens desta história, além da irara, são onze: o
carreiro Agenor Soronho, o menino-guia Tiãozinho, o defunto seu pai e os oito
bois do carro.
O carreiro é o bandido: amante da mãe do guia, maltrata o
menino, órfão de pai. Os maltratos de Agenor ao menino vão num crescendo, até
que os bois intervêm: começam a conversar entre si, contam histórias, comentam
a vida e, enfim, percebem a maldade de Agenor e o sofrimento do menino. No
final, os bois, humanizados, unem-se psiquicamente ao menino. Ele, então,
consegue superar sua fraqueza com a força dos bois. Aproveitando que Agenor
havia dormido perto da roda do carro, os bois e o menino dão um arranco forte e
matam o carreiro, cuja cabeça é quase cortada.
São Marcos
Há duas histórias neste conto. Uma delas, bem menor, é
inserida no meio da outra, que conta a desavença entre o narrador e um
feiticeiro. Por ter ridicularizado o negro Mangalô. José, o protagonista,
torna-se alvo de uma bruxaria. Mangalô constrói um boneco-miniatura do inimigo,
e coloca uma venda em seus olhos, o que faz José ficar cego, perdendo-se no
meio do mato. Para conseguir achar o caminho de volta, mesmo sem enxergar, ele
reza a oração de São Marcos, sacrílega e perigosa.
-Em
nome de São Marcos e de São Manços, e do Anjo Mau, seu e meu companheiro...
-Ui! Aurísio Manquitola pulou para a beira da estrada, bem para longe de mim, se persignando, e gritou:
-Ui! Aurísio Manquitola pulou para a beira da estrada, bem para longe de mim, se persignando, e gritou:
-Pára,
creio-em-Deus-padre" Isso é reza brava...
Com o poder dado pela oração, mesmo cego José encontra a
casa de Mangalô, ataca o negro e o obriga a desfazer a feitiçaria.
A outra história, dentro
desta, constitui um pequeno episódio no qual José fala de um bambual onde ele e
um desconhecido travam um duelo poético; o desconhecido fazendo quadrinhas
populares, e ele colocando poemas como nomes de reis babilônicos.
João Cabral de Melo Neto
[mostrar início e fim do livro]
- João
Cabral de Melo Neto é o principal poeta surgido no período da Geração de 45, e
figura entre os maiores poetas da língua portuguesa.
- Profunda
reflexão sobre o fazer poético
- Poesia
como esforço em busca da síntese (dizer o máximo com o mínimo de palavras)
-
Poesia é lenta e sofrida pesquisa de expressão
-
Textos duros, fortes
Resumo
de Morte e vida Severina
O poema conta a trajetória de um
sertanejo que abandona o agreste, rumo ao litoral, encontrando nesta migração
apenas pessoas que estão morrendo pela seca, de fome, etc. Severino continua
seu roteiro até chegar ao Recife. Lá percebe que a miséria continua e resolve
se matar. José, um mestre carpina, conversando com Severino, desperta-lhe
alguma esperança. Chega-lhe a notícia do
nascimento do filho de José. Severino vai visitá-lo e descobre que aquela vida,
mesmo franzina, é a prova da resistência de todos os "severinos" do
Nordeste.
Obras principais:
Pedra do sono (1942); O engenheiro (1945); Psicologia da composição
(1947); O cão sem plumas (1950); Morte e vida severina (1956); A educação pela
pedra (1966); Museu de tudo (1975).
Ao
dizer: “(...) promessa é questão de grande dívida de honra”, Olímpico junta, em
uma só afirmação, a obrigação religiosa e o dever de honra. A personagem de Sagarana que, em suas ações finais,
opera uma junção semelhante é
a)
Major
Saulo, de “O burrinho pedrês”
b)
Lalino,
de “Traços biográficos de Lalina Saláthiel ou A volta do marido pródigo”.
c)
Primo
Ribeiro, de “Sarapalha”.
d)
João
Mangolô, de “São Marcos”.
e)
Augusto
Matraga, de “A hora e a vez de Augusto Matraga”.
Modernismo no Brasil – 3ª geração - Geração de 1945
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