No Brasil
- Inicia-se com a publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa
- Nativismo (orgulho de ter nascido no “Brasil”, mas sem a noção de nação)
Cláudio Manuel da Costa
- pseudônimo: Glauceste Satúrnio
- Cultiva a simplicidade, a poesia bucólica e pastoril, que exalta a natureza, a inquietação amorosa platônica e Nize, sua musa mais freqüente
- Cenário rochoso de Minas é uma constante em seus versos que expressam mortificação interior causada pelo contraste entre o rústico mineiro e a experiência cultural européia
- Seus sonetos se destacam pela perfeição formal, lingüística, pelo verso decassílabo e pela contemplação da vida.
- Seu poema épico Vila Rica narra o descobrimento das minas, a fundação de Vila Rica e as revoltas locais.
Principais obras: Obras Poéticas (1768) (lírica); Vila Rica, publicado postumamente, em 1839 (épica).
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Tomás Antônio Gonzaga
- Nome arcádico: Dirceu
- Escreveu poemas líricos, com temas pastoris e de galanteio em que o eu-lírico está sempre na fala de uma personagem. Nelas, Dirceu se dirige à amada, a pastora Marília (na verdade, Maria Doroteia).
Os poemas de Marília de Dirceu, sua principal obra, refletem a trajetória do poeta, na qual a prisão atua como um divisor de águas. Antes do encarceramento, num tom de felicidade, canta a ventura da iniciação amorosa, a satisfação do amante, que, valorizando o momento presente, busca a simplicidade e o refúgio na natureza amena, que ora é européia, artificial, virgiliana e ora mineira. Depois da reclusão, num tom trágico de desalento, canta o infortúnio, a justiça, o destino e a eterna consolação no amor de Marília. São compostas em redondilha menor ou em decassílabos. Expressam simplicidade e gracioso lirismo íntimo, decorrentes da naturalidade e da singeleza no trato dos sentimentos e da escolha lingüística. Demonstram subjetivismo intenso, revelando algo novo naquela época fria e formal do vazio arcádico. Ao delegar posição poética a um campesino, sob cuja pele se esconde um elemento civilizado, Gonzaga cai em contradições, ora assumindo a postura de pastor, ora a de burguês.
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