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Capítulo de "Sociedade Solidária", livro de Fernando Sales

Um mundo sem empregos e o acesso às oportunidades

 

O trabalho era uma necessidade e isso justificava sua obrigatoriedade moral. Depois tornou-se um vício: para muito além do necessário, provedor das superficialidades constantemente renovadas. Estamos próximos de não haver mais a necessidade. Haveremos de artificializar essa ideologia para o bem do consumo e a sustentação de um sistema que se pretende "natural"? Nada mais contraditório. O homem precisa se dar conta de sua liberdade e se reinventar - em breve.

O novo mundo assusta e causa insegurança, mesmo entre os mais preparados, mesmo entre os mais abastados. Os jovens pertencentes às elites sentem-se perdidos e não conseguem ter uma previsão clara sobre seu futuro, não conseguem sequer saber se a profissão a que almejam existirá no futuro. Essa é, sem dúvida, uma situação que atinge a escala social de ponta a ponta, não poupa qualquer segmento.

Se assim é, convido todos a pensarem sobre a situação dos mais vulneráveis. Se com acesso a boas escolas, se com amparo do establishment, se com boa situação financeira, a situação já é complicada, imaginem como e qual é a perspectiva de quem sofre com ensino deficitário, é outsider e não tem recursos financeiros. O desamparo e o desalento dessas pessoas quanto ao futuro são extremamente maiores, porque além de não conhecerem o que virá, não dispõem de condições materiais e sociais de se preparar e de se adaptar.

Os detentores dos meios de produção não precisarão se preocupar tanto com essas questões, pois eles serão os donos dos robôs e das máquinas, ou seja, haverá quem trabalhe para eles e lhes dê o retorno a que almejam. Os estabelecidos em geral, mesmo com dificuldades, poderão estudar tecnologia de ponta e serem apadrinhados por sua rede de contatos.  Quanto aos mais pobres, dificilmente terão acesso aos aprimoramentos necessários para, em um primeiro momento, lidarem com a queda brusca nos níveis de emprego. Sabemos que haverá exceções, pois sempre há, mas o grosso da população em questão em um pouco mais ou um pouco menos de tempo não terá emprego nem renda nem educação adequada.

    Chegamos aqui a um ponto crucial: como essas pessoas sobreviverão? Onde elas vão morar? O que farão no seu dia a dia? Tais perguntas não se destinam a uma ou outra pequena parcela da humanidade, e sim à maior parte dela. A artificialização do trabalho caminha para o fim, a ultraespecialização das novas funções é difícil e destinada a poucos, assim é que a necessidade de propostas torna-se premente e uma missão de todos. 


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